Alucinação

Há um pontinho preto no céu, cujo nome eu não sei definir.
Há um pontinho preto no teto, cujo nome eu não sei dizer.
E ele está rodando, andando sem direção, falou que ia na cozinha tomar um café, até agora não vi nem sinal dos meus pensamentos, deve ter fugido.
Há um começo sem fim na minha vida, não sei onde eu achei isso, deve que está perdido por ai igual meus pensamentos.
Há uma vida perdida entre as montanhas, eu não sei como ela foi parar lá, ouvir dizer que ela estava muito triste e saiu sem rumo.
Onde será que eu coloquei meus sapatos? Não encontro nenhum deles e eu só tenho alguns, quero sair descalça.
Há uns cacos de vidro no caminho, devo ter deixado cair quando quebrei meus sonhos. Foi tudo ilusão eu sei, estou acordada agora, sem uma atitude e muito menos uma explicação.
Há um lábio guardado na noite, só escuto ele cantar. Não sei onde se enfiou meu batom.
Há um transito parado em frente minha casa, está cheio de elefantes e girafas, não sei de onde saiu tantos bichos do armário. Onde será que eu coloquei meus olhos? Eles estavam parados aqui agora observando o céu que tem um pontinho. Está saindo água debaixo da minha cama.
Onde será que está minha caixinha de música? Deixei ela perto do aquário. E os peixes fogem pela janela.
E suas linhas perfeitas desenham o meu fracasso. Onde será que foi parar minhas lágrimas?
Há um buraco sem fim perto da minha janela e eu não sei se vou aguentar respirar por muito tempo.
Há um futuro sem passado. E um passado sem presente. Onde foi parar seus olhos? Onde será que anda minha mente?
Há um sorriso em frente o seu portão, ele quer te ver, aparece na janela, onde será que você colocou o meu CD?
Há vozes em todos os lugares, os sonhos não podem morrer. Onde será que estão meus passos?
O incompleto domina o completo, onde será que fica o teto?

Há um pontinho preto na minha vida e eu não sei como veio parar aqui...

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