Conto n° 3

 Não é difícil desvendar os meus pensamentos se você parar por alguns instantes e olhar em meus olhos, eles te dirão o que eu penso, o que eu quero e o que eu realmente desejo. Talvez andar de mãos dadas em um parque seria a coisa ideal a se fazer em  um primeiro encontro, igual aqueles filmes que assistimos na infância, que tem um piquenique e de repente um está correndo atrás do outro feito bobos, um pouco de uma boa gargalhada e no final da tarde um por do sol maravilhoso com um beijo lento e apaixonante.

Eu não costumo ser romântica ou carinhosa demais, por medo de me decepcionar e ter que juntar os meus pedacinhos novamente ou por medo do filhote de lobo aparecer na porta da minha casa novamente, eu não desejo ser acordada pelos medos antigos ou decepções antigas. O gosto amargo ainda não saiu da minha boca, porém consigo lidar facilmente com meus pensamentos ansiosos.

É claro que eu gostaria de segurar a sua mão e andar com você na pracinha perto da minha casa, te apresentar para os amigos que restaram, mas você sabe que eu não posso, não quando eu não sei das intenções do seu coração, porém se você disser que quer que eu seja o amor da sua vida, pode ser que eu largue tudo e vou andar de mãos dadas com você. A minha única pergunta é se você saberia lidar com as minhas frustações e meus medos, se saberia de fato me dar um espaço quando eu quiser ficar apenas em silêncio para não falar coisas estúpidas e me arrepender depois. Gostaria de saber se estaria disposto a acompanhar as minhas loucuras e se você será o único da minha vida e do meu coração. 

Você seria como um alívio em uma noite turbulenta, onde eu poderia encostar a minha cabeça em seu peito e simplesmente esquecer do dia horrível que tive e eu adoro esses momentos, onde eu esqueço que não gosto de abraço e fico ali no seu por um longo periodo. 

Sim, a vida é meio engraçada às vezes. E é só disso que tenho certeza.